Como comenta a Dra. Thaline Neves, a ultrassonografia é uma ferramenta essencial no atendimento de vítimas de trauma abdominal, especialmente em situações emergenciais. Tendo isso em vista, o uso do protocolo FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) tem um papel decisivo para identificar rapidamente hemorragias internas e orientar condutas médicas. Essa abordagem é considerada uma das mais seguras e eficazes para avaliação inicial. Interessado em saber o porquê? Acompanhe, nos próximos parágrafos.
O que é o exame FAST e como ele funciona?
O FAST é um protocolo de ultrassonografia voltado para avaliar pacientes politraumatizados, principalmente quando há suspeita de sangramento abdominal. A técnica consiste em examinar regiões específicas da cavidade abdominal e do tórax, identificando acúmulo de líquido livre que pode indicar hemorragia. Segundo Thaline Neves, a rapidez do exame permite que decisões críticas sejam tomadas em poucos minutos, aumentando a chance de salvar vidas em casos graves.

Isto posto, a principal vantagem do FAST é a sua aplicabilidade à beira do leito, sem necessidade de deslocamento do paciente até o setor de imagem. De acordo com a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves, em emergências, cada minuto conta, e a ultrassonografia fornece informações imediatas que ajudam na priorização de cirurgias ou outros procedimentos. Inclusive, por ser um exame não invasivo, também reduz riscos ao paciente e pode ser repetido para acompanhamento da evolução clínica.
Quais são as principais áreas avaliadas pelo FAST?
O exame FAST concentra-se em pontos estratégicos para identificar a presença de líquido livre, geralmente sangue. Os locais analisados oferecem uma visão rápida sobre possíveis lesões internas. Para facilitar, veja os principais focos avaliados:
- Região pericárdica: avalia se há líquido em torno do coração.
- Espaço hepatorrenal (Morrison): investiga sangramentos entre fígado e rim.
- Espaço esplenorrenal: verifica a área entre baço e rim.
- Fundo de saco de Douglas ou cavidade pélvica: observa líquido livre na região pélvica.
Essas áreas são suficientes para dar um panorama inicial do quadro clínico. Aliás, no final, essa padronização permite diagnósticos rápidos, mesmo em ambientes com recursos limitados, como em atendimentos pré-hospitalares ou unidades de pronto-socorro.
Por que a ultrassonografia é tão importante no trauma abdominal?
A ultrassonografia apresenta benefícios significativos no manejo do trauma abdominal. Um dos aspectos mais relevantes é a capacidade de oferecer um diagnóstico em tempo real, favorecendo decisões imediatas da equipe médica. Desse modo, em casos de instabilidade hemodinâmica, essa vantagem pode ser decisiva para preservar a vida do paciente.
Outro ponto relevante é o baixo custo e a portabilidade do equipamento. Sem contar que o exame pode ser realizado em salas de emergência, ambulâncias ou unidades de terapia intensiva, o que amplia o acesso a diagnósticos rápidos. Conforme frisa Thaline Neves, essa versatilidade coloca a ultrassonografia como um recurso indispensável nas diretrizes internacionais de atendimento ao trauma.
Quais são as limitações do FAST no trauma abdominal?
Contudo, apesar de sua relevância, o FAST não substitui exames de imagem mais detalhados, como a tomografia computadorizada. O protocolo é útil para triagem inicial, mas pode não detectar lesões pequenas ou sangramentos em estágios iniciais. Por isso, em pacientes estáveis, exames complementares ainda são recomendados para avaliação mais minuciosa, como pontua Thaline Neves.
FAST como aliado essencial na medicina de emergência
Em resumo, a ultrassonografia no trauma abdominal, especialmente por meio do protocolo FAST, representa um marco na evolução do atendimento de urgência. Sua capacidade de fornecer informações rápidas, seguras e acessíveis faz dela um recurso indispensável na prática médica. Dessa maneira, o exame fortalece o processo de tomada de decisão em situações críticas, garantindo maior agilidade e precisão. Assim, o FAST se consolida como um aliado estratégico para salvar vidas em emergências, complementando, mas nunca substituindo, outros métodos diagnósticos.
Autor: Dmitri Ivanov