Como destaca Leonardo Manzan, a interpretação da jurisprudência do STJ e STF em matéria tributária e de energia é fundamental para a segurança jurídica de empresas e da administração pública. Essas decisões exercem forte influência na regulamentação e aplicação de tributos, bem como na definição de regras do setor energético. Como os dois segmentos envolvem valores elevados e impactos econômicos amplos, é essencial compreender como os tribunais superiores interpretam os principais temas.
Neste artigo, serão analisados os principais pontos sobre a jurisprudência desses tribunais em matéria tributária e energética. Venha aprender mais sobre o assunto, a seguir!
Como o STJ tem interpretado questões tributárias relacionadas à energia?
O STJ tem papel central na uniformização da jurisprudência infraconstitucional, especialmente em temas relacionados ao ICMS sobre energia elétrica e à exclusão de encargos setoriais da base de cálculo de tributos. O tribunal já firmou entendimento de que a demanda contratada não utilizada integra a base de cálculo do ICMS, decisão que impacta diretamente consumidores industriais e comerciais. Essa interpretação reflete a visão do STJ sobre a natureza jurídica do fornecimento de energia como obrigação contratual.
Outra discussão relevante é a exclusão do TUST e do TUSD da base de cálculo do ICMS, que tem gerado decisões divergentes nos tribunais estaduais e no próprio STJ. A jurisprudência oscilante sobre o tema cria insegurança jurídica e abre margem para judicialização contínua. Segundo Leonardo Manzan, é essencial que o STJ consolide sua posição em favor da previsibilidade, especialmente em setores estratégicos como o energético, que dependem de planejamento de longo prazo e segurança regulatória.
Qual o entendimento do STF sobre tributos no setor de energia?
O STF atua na análise da constitucionalidade de normas tributárias que afetam o setor energético, como a instituição de contribuições e a definição de competências tributárias entre os entes federativos. Um exemplo marcante é a discussão sobre a constitucionalidade da cobrança de ICMS sobre tarifas de energia, julgada sob a sistemática da repercussão geral. O posicionamento do STF sobre essas matérias influencia diretamente a forma como os estados arrecadam e como os consumidores são impactados.

Além disso, o STF também se posiciona em temas como a cobrança de contribuições para o custeio de políticas públicas, como a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) e outros encargos setoriais. Essas decisões afetam tanto o valor das tarifas quanto o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão. De acordo com Leonardo Manzan, as decisões do STF precisam considerar não apenas a legalidade, mas também os efeitos práticos no mercado e na prestação do serviço essencial de energia elétrica.
Quais os impactos da jurisprudência do STJ e STF para empresas e consumidores?
A interpretação da jurisprudência do STJ e STF em matéria tributária e de energia afeta diretamente o planejamento tributário de empresas e a previsibilidade de custos operacionais. Quando há mudança de entendimento ou ausência de uniformização, as empresas enfrentam dificuldades em calcular tributos devidos, o que pode gerar passivos fiscais inesperados. A ausência de estabilidade na jurisprudência prejudica investimentos, especialmente em setores regulados como o energético.
Do ponto de vista dos consumidores, as decisões judiciais podem influenciar o valor final das tarifas de energia e a forma como os encargos são repassados. A retirada ou inclusão de tributos na base de cálculo das tarifas impacta diretamente o bolso do consumidor final. Leonardo Manzan menciona que a atuação dos tribunais deve buscar equilíbrio entre arrecadação e justiça fiscal, garantindo que as decisões protejam tanto os interesses do Estado quanto os direitos dos contribuintes.
A interpretação da jurisprudência do STJ e STF em matéria tributária e de energia desempenha papel estratégico na definição das relações entre Estado, setor produtivo e consumidores. Os entendimentos consolidados nessas cortes moldam a forma como os tributos são cobrados, como os contratos do setor elétrico são regulados e como as obrigações das empresas são definidas. Conforme Leonardo Manzan, é essencial que essa jurisprudência seja coerente, estável e sensível às complexidades dos setores envolvidos.
Com o avanço das discussões tributárias e a crescente judicialização de temas relacionados à energia elétrica, a atuação dos tribunais superiores torna-se ainda mais relevante. O alinhamento entre a jurisprudência e os princípios constitucionais garante um ambiente jurídico mais seguro, atraente a investimentos e justo para todos os agentes econômicos. A previsibilidade gerada pelas decisões do STJ e STF é, portanto, fundamental para o equilíbrio do sistema tributário e energético nacional.
Autor: Dmitri Ivanov